Exposições universais - Espetáculos da Modernidade No Século XIX
Sandra Pesavento
As exposições universais da indústria realizadas du
rante a segunda metade do século passado em Lon
dres, Paris, Viena, Filadélfia e Chicago contaram quase
todas com a representação do Brasil. Propondo-se a
reunir e celebrar os melhores resultados da criativida
de e do labor humanos, dos vários países do mundo,
tiveram propósitos comerciais mas, como bem mostra
este livro, suas funções ideológicas sobrepujaram seu
papel econômico.
Elas constituíram, de fato, a exaltação da produção
mecanizada capitalista, num espetáculo ostentatório
e lúdico capaz de atrair público de todas as classes e
de atuar sobre o inconsciente coletivo. Nelas os in
ventos mecânicos e o objeto industrial foram sacra
mentados como mitos, símbolos que se tornaram da
capacidade de domínio sobre a natureza, apanágio
da burguesia controladora da produção.
No processo ofuscou-se o desempenho essencial do
trabalhador mas, mesmo que os sindicatos hajam de
nunciado seu caráter alienante, a festa em que se tor
naram as exposições despertou no imaginário popular
confiança num progresso contínuo liderado pela bur
guesia, preenchedora, assim, das aspirações de abun
dância e bem-estar para todos. Assumia-se, ao mesmo
tempo, a crença na superioridade do lúcido e eficien
te homem europeu frente às nações inseridas em seus
impérios.
Para o filósofo Walter Benjamin, um dos primeiros a
analisá-las, as exposições mundiais se definiram como
lugares de peregrinação para o culto da mercadoria.
Poder-se-ia acrescentar, tal qual os shopping centers
do presente ou, enquanto cenários para vivência de
fantasias coletivas, tal qual os parques temáticos hoje
tão atuais. (...)
rante a segunda metade do século passado em Lon
dres, Paris, Viena, Filadélfia e Chicago contaram quase
todas com a representação do Brasil. Propondo-se a
reunir e celebrar os melhores resultados da criativida
de e do labor humanos, dos vários países do mundo,
tiveram propósitos comerciais mas, como bem mostra
este livro, suas funções ideológicas sobrepujaram seu
papel econômico.
Elas constituíram, de fato, a exaltação da produção
mecanizada capitalista, num espetáculo ostentatório
e lúdico capaz de atrair público de todas as classes e
de atuar sobre o inconsciente coletivo. Nelas os in
ventos mecânicos e o objeto industrial foram sacra
mentados como mitos, símbolos que se tornaram da
capacidade de domínio sobre a natureza, apanágio
da burguesia controladora da produção.
No processo ofuscou-se o desempenho essencial do
trabalhador mas, mesmo que os sindicatos hajam de
nunciado seu caráter alienante, a festa em que se tor
naram as exposições despertou no imaginário popular
confiança num progresso contínuo liderado pela bur
guesia, preenchedora, assim, das aspirações de abun
dância e bem-estar para todos. Assumia-se, ao mesmo
tempo, a crença na superioridade do lúcido e eficien
te homem europeu frente às nações inseridas em seus
impérios.
Para o filósofo Walter Benjamin, um dos primeiros a
analisá-las, as exposições mundiais se definiram como
lugares de peregrinação para o culto da mercadoria.
Poder-se-ia acrescentar, tal qual os shopping centers
do presente ou, enquanto cenários para vivência de
fantasias coletivas, tal qual os parques temáticos hoje
tão atuais. (...)
درجه (قاطیغوری(:
کال:
1997
خپرندویه اداره:
HUCITEC
ژبه:
portuguese
صفحه:
238
ISBN 10:
8527104024
ISBN 13:
9788527104029
فایل:
PDF, 43.67 MB
IPFS:
,
portuguese, 1997